Por: Roberto Parentoni, Advogado Criminalista
Em minhas viagens pelo Interior ou quando algum caso me leva para a periferia mais distante do Centro, não perco a oportunidade de visitar escritórios de colegas militantes nestas regiões.
Não raro, para dois dedos de prosa. Converso com advogados veteranos, que sabem quase tudo; e com os jovens advogados, que querem saber quase tudo.
Fico imaginando o quão valioso seria para a nossa advocacia unir estes dois grupos. A experiência de um lado e a energia do outro.
Se me permitem, faço minhas as palavras do saudoso Gonzaguinha, cantor e compositor que dizia em uma de suas músicas: “Eu acredito é na rapaziada, que segue em frente e segura o rojão; eu ponho fé é na fé da moçada, que não foge da raia e enfrenta o leão. Eu vou à luta com essa juventude, que não corre da raia a troco de nada; eu vou no bloco dessa mocidade que não tá na saudade e constrói a manhã desejada”.
Esta canção é a síntese, num formato poético, daquilo que penso quando insisto na participação efetiva dos jovens advogados e advogadas no cotidiano da nossa entidade.
Eles, eu sei, não querem somente a “carteirinha da Ordem”, que lhes dá autorização para trabalharem como juristas; eles querem mais, querem participar efetivamente da OAB/SP.
E há anos não vejo nenhum movimento no sentido de atraí-los. Precisamos mudar isso urgentemente, não podemos nos dar ao luxo de perder esta energia, estes talentos com as suas ideias.
Não empunho a bandeira da juventude por demagogia e nem “pra ficar de boa com a moçada”.
Não, não! Falo por experiência própria. O meu exercício com os jovens é diário, literalmente. Tenho dois filhos e ambos são estudantes de Direito.
Por meio deles, tenho acesso a outros jovens, seus amigos, igualmente estudantes de Direito.
Conversamos muito, assim como acontece quando termino minhas palestras. Sou sempre puxado por um grupinho de jovens advogados para ampliar algum comentário, responder a curiosidades e falar do futuro da profissão que escolhemos para alimentar nossas vidas.
Muitos, depois da faculdade, saem para navegar no mercado sem nenhuma bussola para guiar o caminho. É preocupante!
Quando converso com estes jovens, confesso, sou contaminado pela energia que emanam e pela vontade e garra que eles têm de acertar na profissão.
Impressiona-me o talento que revelam, além das ideias que borbulham em suas cabeças. Eles querem a prática, realizar sonhos e vencer como muitos de seus ídolos.
Espero que consigam tudo o que estão se esforçando para conquistar.
A estrada é longa e difícil, mas a perseverança, aliada a resiliência, sempre vence.
A OAB/SP pode fazer muito para ajudar estes jovens advogados e advogadas a trilharem seus caminhos profissionais com mais segurança.
Primeiro passo é atrai-los para a entidade, mas não como mero espectadores daqueles lá estão há quase uma década e pouco ou nada fizeram para este grupo que representa o nosso futuro profissional.
O segundo passo é envolvê-los no cotidiano da entidade para que possam conhecê-la à fundo e, desta maneira, contribuírem com ideias que possam arejá-la, tornando-a mais leve e, de fato, à serviço de seus associados e da sociedade, que no passado sempre se perfilou ao lado da nossa querida OAB.
Esta entidades é um patrimônio que precisa ser preservado e fortalecido, sempre!
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