quinta-feira, 21 de junho de 2012

Matsunga montava apartamento com a amante quando foi morto, diz advogado Roberto Parentoni vai encaminhar à Justiça complemento do depoimento da cliente


O advogado contratado pela acompanhante de luxo flagrada com Marcos Matsunaga um dia antes de ele ser morto deve apresentar, nesta quarta-feira (20), à Justiça um complemento do depoimento dado por sua cliente à polícia. Em entrevista ao R7, Roberto Parentoni da PSN Advogados negou que a jovem tenha mentido ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e atribuiu divergências no depoimento dela ao abalo emocional pela morte de Marcos.
De acordo com o advogado, N., de 23 anos, e o empresário tinham um relacionamento de mais de um ano e os dois “estavam montando apartamento”. A informação contradiz o depoimento da jovem à polícia, em que ela disse que o primeiro encontro com Marcos aconteceu em 13 de fevereiro deste ano. O contato entre os dois se deu por meio de um site de acompanhantes.
— Ela não mentiu, ela respondeu àquilo que perguntaram. Ela está aditando aquilo que falou. Senão, estaríamos retificando.
Parentoni afirmou ainda que sua cliente não era mais acompanhante de luxo quando conheceu o empresário, apesar de ela mesma ter relatado isso à polícia. Ele se esquivou quando questionado sobre contradição na data do primeiro encontro entre os dois. 
O advogado disse ainda que não conversou com a cliente sobre uma possível ação para reivindicar parte da herança do empresário e destacou que N. tem medo de represália. 
Confira abaixo trechos da entrevista.
R7- No depoimento que deu a polícia, ela falou que conheceu Marcos no dia 13 de fevereiro. Por que esta discrepância?
Roberto Parentoni - Essas declarações que ela deu à polícia foram fruto de perguntas e ela respondeu às perguntas. Essa questão do relacionamento, ninguém perguntou a ela. Só perguntou sobre as últimas vezes que ela tinha visto Marcos.
R7- Eu estou com depoimento em mãos e ele diz o seguinte: ”O primeiro encontro aconteceu no dia 13 de fevereiro de 2012”.
R.P. - Isso, hoje, a gente está protocolando no fórum o aditamento às declarações dela.
R7- Então, o depoimento dela vai ter um complemento?
R.P. - Um complemento. No mundo jurídico, chamamos de aditamento. Ela assinou ontem [terça-feira] à noite e a gente está protocolando hoje junto ao Fórum do 5º Vara do Tribunal do Júri.
R7- Como foi o relacionamento dela com Marcos?
R.P. - O Marcos estava de fato separado da esposa. Só dormiam sob o mesmo teto. Só não se separaram judicialmente porque não deu tempo. Até antes de ela conhece-lo, ele já estava separado de fato.

R7- E ela tinha um relacionamento de quanto tempo com o Marcos?
RP- Mais de um ano.
R7- E onde eles se conheceram? No depoimento, ela citou o site Mclass.
R.P. - Foi antigamente que ela participou deste site. Ela o conheceu porque fazia aqueles serviços em eventos... exposição de carros, de empresas. Ela conheceu o Marcos assim.
R7- Ela nunca foi acompanhante?
R.P. - Isso antigamente. Ela não conheceu Marcos assim. A questão da foto dela neste site, ela tinha antigamente. Usaram essa foto para tirar proveito disso. Já notificamos o site e fizemos o que tinha que ser feito.
R7- Notificaram?
R.P. - A foto dela é coisa do passado. A cliente tem 23 anos. Isso é de um passado recente. Só que desse passado recente disseram que foi ontem.
R7- Então, o Marcos nunca contratou os serviços dela de acompanhante?
R.P. - Essa questão de acompanhante não posso falar. Porque eles se conheceram depois que ela tinha largado. Isso para ela está sendo um dissabor, porque reviveu a vida dela recente e foi respingar na família dela. Ficou uma situação complicada.
R7- À polícia, ela contou que o Marcos pediu que ela tirasse as fotos do site e, em troca, ele pagaria R$ 27 mil a ela. É verdade?
R.P. - Não, não tem nada disso.
R7- Ela mentiu para polícia então?
RP- Não. Por que mentiu?
R7- Então, ela não muda nada do que falou?
R.P. - Aí, o que acontece, estes R$ 27 mil. Daqui a pouco, ela vai participar do mensalão também.
R7- No depoimento, ela diz: “que no começo do mês de março, Marcos fechou um acordo com a depoente que se ela tirasse as fotos do site (de acompanhantes), ele pagaria para a mesma R$ 27 mil, sendo que o primeiro pagamento foi no dia 4 de maio. E a depoente retirou suas fotos do site.”
R.P. - Esses R$ 27 mil foram para compra de bens materiais e pessoais, porque eles estavam montando apartamento.
R7- Eles estavam montando apartamento? Aonde?
R.P. - Perto da onde ele morava.
R7- Qual a atividade que ela exercia quando namorava o Marcos?
R.P. - Modelo.
R7- Essas divergências no depoimento se deram por conta do abalo emocional, então?
R.P. - Exato. Imagina o abalo emocional? Ela descobriu e, daqui a pouco, a chamam. Ela sozinha vai conversar com um monte de gente. Depois, fica sabendo que tem imprensa atrás dos pais dela no interior do Ceará. É complicado. Ela está com medo de morte.
R7- Por que ela está com medo?
RP-As pessoas que leem o depoimento têm várias visões. Você pode ler em termos jornalísticos. Agora, se você ler em termos juridiquês... Ela com o Marcos comentaram no sentido de que a acusada era uma pessoa desequilibrada.
R7- O que ela teme exatamente?
RP-Ela tem medo de represália, de morte.
R7- Quem poderia fazer isso?
R.P. - Não sei. Se eu souber, vou correndo para avisar a polícia.
R7- Neste momento, ela está conseguindo exercer a atividade dela de modelo?
R.P. - Neste momento, ela está amparada pela família. Ela está com medo até de sair na rua. Uma grande parte da imprensa está a chamando de puta. A puta que fez a mulher matar o marido.
R7- Já que ela, como o senhor falou, tinha uma relação estável de mais de um ano com o Marcos, ela pretende reivindicar algo?
R.P. -Esta foi uma pergunta que me fizeram. Uma que sou criminalista, não sou civilista. Outra que nós não conversamos a respeito disso. Você pode até não acreditar. Quem levantou esta hipótese, que não estava nem passando pela minha cabeça, foi um jornalista. Pelo pouco que conheço do cível, se a pessoa tem uma união estável, ela tem que provar. Não é só falar.

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