“Algumas
qualidades são essenciais e, segundo Manoel Pedro Pimentel, ao Advogado
Criminalista cabe: “coragem de leão e brandura do cordeiro; altivez de um
príncipe e humildade de um escravo; fugacidade do relâmpago e persistência do
pingo d’água; rigidez do carvalho e a flexibilidade do bambu”.
Eu sou advogado criminalista
militante desde 1991 e é sempre com orgulho que analiso a frase de Manoel Pedro
Pimentel com a qual iniciei esta carta aberta. A advocacia criminalista é
especialíssima e requer daqueles que a professam qualidades também especiais.
Dirijo-me, nesta oportunidade,
aos colegas advogados e advogadas criminalistas que, com competência e
sabedoria, materializam essa atitude, à qual alude o nobre causídico, e partem
para a defesa de seus clientes com dedicação e coragem. Dirijo-me a vocês na
tentativa de sensibilizá-los e mobilizá-los rumo à construção de uma OAB mais
atuante, eficiente e que nos faça sentir novamente orgulhosos de nossa representação.
É fato que a maioria dos
advogados e advogadas do estado de São Paulo estão insatisfeitos com a atuação
da OAB/SP. Quando pensam na OAB, sentem-se tristes e desapontados.
Neste ano tenho a grata
oportunidade de poder participar de uma campanha à Presidência da OAB/SP,
representada pela Dra. Rosana Chiavassa, e envolver-me mais ampla e
efetivamente para transformar uma situação, pois também me sinto triste e
desapontado.
Por ignorância, ainda pensamos
que a nossa felicidade, saúde, sucesso e prosperidade dependem de uma ação
externa a nós. Transferimos a responsabilidade ao outro, sempre, mas as
mudanças dependem de nós, de cada um de nós.
Quem faz a OAB? Quem é que,
democraticamente, elege seus representantes? Quantos se importam em refletir,
estudar e trabalhar, fazer o que está a seu alcance para que as coisas mudem?
Quantos têm consciência da sua estrutura e importância para a classe e para o
País?
Reivindicar é legítimo, desde que
conscientemente tenhamos a certeza de que fizemos a nossa parte para que essa
instituição, da qual somos uma parte ativa, que depende e precisa de nós
trabalhando, atentos, atinja a excelência nas suas ações.
Assim como na cidadania não basta
ser cidadão, temos de ser cidadãos ativos, na OAB também precisamos nos interessar
por ela, por seus rumos, e agir.
Não sendo ativos, o ato de votar
acaba tornando-se a mais popular expressão da democracia e da cidadania e é por
não compreendermos e não empreendermos a cidadania ativa que por vezes acabamos
votando, como dizem, “erradamente”. Não participamos, nos interessamos ou
acompanhamos o processo.
Como resumo de parte do processo,
podemos dizer que a OAB vai bem, financeiramente, graças às altas mensalidades
que nos são cobradas. E que a Ordem dos Advogados do Brasil vem sendo comandada
por homens a vida inteira, por criminalistas há pelo menos 9 anos e pelo mesmo
grupo, há mais de 12 anos. E que estamos descontentes. E, ainda, que estamos
perto de uma eleição na qual concorrem candidatos da situação e apenas uma
candidata verdadeiramente de oposição.
Peço que se perguntem qual será a
razão do seu voto nessa eleição. Pois, não cabe mais votar essencialmente sem
refletir sobre o motivo que nos levou a votar neste ou naquele candidato.
Convido-os a conhecer a
trajetória da Dra. Rosana Chiavassa, suas ideias e propostas para uma nova OAB
e para todos nós.
Como homem que sou, não me sinto
nem um pouco constrangido com o merecido direito das mulheres aos cargos de
comando e, porque sou advogado criminalista, não penso que deva ser de
criminalistas a supremacia no comando da nossa Ordem. A atitude da qual fala
Manoel Pedro Pimentel deve servir também para decidir pelo bem de todos.
Penso que se de alguma forma as
coisas não vão bem, e a maneira como estamos sendo representados e defendidos
tem nos deixado tristes e desapontados, cabe a nós mudarmos os rumos da OAB/SP,
refletindo, estudando e efetivamente, com reflexão e coragem, fazermos parte da
história, promovendo a mudança que, acredito, se faz necessária.
Repito que, em minha análise, a
Dra. Rosana Chiavassa, mulher, advogada militante, representa neste momento a
verdadeira oposição à situação lamentável em que se encontra, para os advogados,
a OAB/SP. É opção e oportunidade de mudança que precisamos valorizar.
Por: Roberto B. Parentoni, Advogado Criminalista, fundador do IDECRIM -
Instituto Jurídico Roberto Parentoni - e atual Presidente do IBRADD - Instituto
Brasileiro do Direito de Defesa
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