Por: Roberto Parentoni - Advogado e presidente do Ibradd
A
escolha da profissão de advogado deve ser, como qualquer outra, pautada
pela análise e reflexão saudáveis e sensatas das habilidades e desejos
profundos da alma, pois que nascemos com uma missão a cumprir, o que
torna a escolha da profissão uma decisão árdua, mas dignificante. Ou
seja, há que se ter vocação, talento, predestinação. A contribuição dos
pais, amigos e principalmente das dificuldades encontradas para essa
escolha, das quais as financeiras é uma das mais difíceis, devem ser
colocadas em lugares derradeiros e, de incontáveis formas, serem
dissolvidas.
A profissão de advogado é controvertida.
Muitos a elogiam e muitos a condenam. É, porém, a única que consta em
nossa Constituição Federal, como um dos pilares da Justiça e
indispensável à sua administração.
Quem escolher a
profissão de Advogado, deverá estar preparado para não ter reconhecida
sua competência, mesmo “dando seu sangue” por uma causa – o cliente
sempre achará que, afinal, era um direito dele! - e, não obtendo o
sucesso esperado, saber que a culpa sempre será do Advogado, não
importando a dificuldade da própria causa e os elementos que a compõem.
Portanto, terá que ter desprendimento.
Essa “ingratidão”
não deverá, no entanto, ser motivo de desgosto. Deve constar nas
habilidades deste profissional o saber lidar com esta situação e sempre
fazer o melhor. Haverá sempre as exceções que trarão a satisfação e o
orgulho de ser um Advogado.
Não se nega que muitos
profissionais contribuem para a má visão que muitos têm do advogado,
pois agem irresponsavelmente, pensando apenas em auferir lucros, sem se
importar com a moralidade ou a integridade dos seus atos. Isso, porém,
não interessa àqueles que tomam sua profissão, e a tudo, como a
expressão da manifestação do que há de melhor em si, pois dentro da sua
atuação profissional ou de suas habilidades em qualquer atividade, está a
manifestação da própria vida.
Assim, é necessário que se
defenda a honra e a importância da profissão de Advogado, o que é feito
pela Ordem dos Advogados do Brasil – OAB e pelos profissionais que a
compõem. Temos, pois, o Código de Ética, que norteia os desavisados, não
sendo tão necessário aos que cumprem com suas obrigações e têm dentro
de si a percepção e a consciência dos requisitos dignificantes que são
necessários à sua atuação. Estes, além de bons advogados, são bons
homens.
Levemos em consideração que depende de cada
advogado a manutenção da boa fama e reputação de toda a classe. Apesar
de toda a balbúrdia e intenções contrárias, a Advocacia é dignificante e
possui tradição, já que há uma história da Advocacia, ordem social e
jurídica no País.
Aquele que escolhe ser advogado deve
saber que a partir do momento em que estiver apto a exercer sua
profissão, ou seja, após realizado o exame da Ordem dos Advogados do
Brasil, obrigatório em todo o País, estará imbuído de responsabilidades.
Ao falar, ao comportar-se, ao agir, ao escrever, ao opinar, ao atuar,
não poderá mais portar-se como o estudante que, anos atrás, ingressou
nas lidas dos estudos jurídicos em uma Faculdade ou Universidade. Nem
mesmo como o mesmo homem. Já terá de ter-se adaptado ao mundo jurídico,
moldado-se às suas exigências, fato que será fator de sucesso na sua
profissão.
Se você detesta usar terno, gravata ou
desgosta-se de leituras, se é impaciente demais, ou se aborrece
facilmente, terá vida curta dentro da Advocacia. A menos que uma das
suas qualidades seja a capacidade de adaptar-se.
Fraternal Abraço
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