O ADVOGADO E O PRESO
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Na obra “As Misérias do Processo Penal” de Francesco Carnelutti, que compartilho, consta que o preso não necessita de alimentos, nem de vestidos, nem de casa, nem de remédio.
O único remédio, para ele, é a amizade. As pessoas não sabem, nem o
sabem os juristas, que o que se pede ao advogado é a esmola da amizade,
mais do que qualquer outra coisa.
A simples palavra “advogado” soa como um grito de ajuda. Advoctus, vocatus ad, chamado a socorrer.
O que atormenta o cliente e o impulsiona a pedir ajuda é a inimizade. As causas civis e, sobretudo as penais são fenômenos de inimizade.
A inimizade ocasiona um sofrimento ou, pelo menos, um dano comparável ao de certos males que, quando não revelados pela dor, minam o organismo. Por isso, da inimizade surge à necessidade da amizade. A dialética da vida é assim.
A forma elementar da ajuda, para quem se encontra em guerra, é a aliança. O conceito de aliança é a raiz da advocacia.
O acusado sente ter contra si a aversão de muita gente. Algumas vezes, nas causas mais graves, parece-lhe que o mundo inteiro está contra ele.
É necessário se colocar no lugar dos acusados, para compreender a sua espantosa solidão e a sua conseqüente necessidade de companhia.
A essência, a dificuldade, a nobreza da advocacia é situar-se no último degrau da escada, junto ao acusado.
A soberba é o verdadeiro obstáculo a rogativa. A soberba é uma ilusão de poder.
Em conclusão, é necessário submeter o juízo próprio ao alheio, ainda quando tudo faz crer que não há razão para se atribuir a outro uma maior capacidade de julgar.
No plano social, isso significa colocar-se junto ao imputado.
A poesia é algo que um advogado sente em dois momentos de sua carreira: quando veste pela primeira vez a toga e quando, se ainda não se aposentou, está para aposentá-la – na alvorada e no crepúsculo.
Na alvorada, defender a inocência, fazer valer o direito, fazer triunfar a justiça, esta é a poesia. Depois, pouco a pouco, perecem as ilusões, como as folhas das árvores durante a estiagem.
Porém, através do emaranhado dos ramos cada vez mais desnudos, o azul do céu sorri.
Fraternalmente
Roberto Parentoni
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A simples palavra “advogado” soa como um grito de ajuda. Advoctus, vocatus ad, chamado a socorrer.
O que atormenta o cliente e o impulsiona a pedir ajuda é a inimizade. As causas civis e, sobretudo as penais são fenômenos de inimizade.
A inimizade ocasiona um sofrimento ou, pelo menos, um dano comparável ao de certos males que, quando não revelados pela dor, minam o organismo. Por isso, da inimizade surge à necessidade da amizade. A dialética da vida é assim.
A forma elementar da ajuda, para quem se encontra em guerra, é a aliança. O conceito de aliança é a raiz da advocacia.
O acusado sente ter contra si a aversão de muita gente. Algumas vezes, nas causas mais graves, parece-lhe que o mundo inteiro está contra ele.
É necessário se colocar no lugar dos acusados, para compreender a sua espantosa solidão e a sua conseqüente necessidade de companhia.
A essência, a dificuldade, a nobreza da advocacia é situar-se no último degrau da escada, junto ao acusado.
A soberba é o verdadeiro obstáculo a rogativa. A soberba é uma ilusão de poder.
Em conclusão, é necessário submeter o juízo próprio ao alheio, ainda quando tudo faz crer que não há razão para se atribuir a outro uma maior capacidade de julgar.
No plano social, isso significa colocar-se junto ao imputado.
A poesia é algo que um advogado sente em dois momentos de sua carreira: quando veste pela primeira vez a toga e quando, se ainda não se aposentou, está para aposentá-la – na alvorada e no crepúsculo.
Na alvorada, defender a inocência, fazer valer o direito, fazer triunfar a justiça, esta é a poesia. Depois, pouco a pouco, perecem as ilusões, como as folhas das árvores durante a estiagem.
Porém, através do emaranhado dos ramos cada vez mais desnudos, o azul do céu sorri.
Fraternalmente
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